Como é o crescimento dos fios transplantados?

Publicado por Clínica Muricy em

O crescimento dos fios transplantados depende de muitos fatores

É extremamente comum, tanto em nossas redes sociais quanto no consultório, os pacientes questionarem sobre o crescimento dos fios transplantados. Será que todos eles nascem depois da cirurgia? Será que crescem por igual, todos ao mesmo tempo?

A resposta para essas perguntas é: depende. E depende de uma técnica cirúrgica bem executada e do hábito de vida da pessoa que fez o transplante. 

Isso porque nós sabemos que o fio de cabelo é nutrido por vasos, que têm uma conexão direta com a papila, que é a região conectada ao bulbo do cabelo, que vai produzir células novas e fazer com que esse cabelo nasça. 

Porém, quando nós transplantamos, essa conexão é rompida. Nós, literalmente, arrancamos pelo por pelo da área doadora e passamos para área calva. 

Nessa área calva tem que ocorrer a formação de um novo vaso e é por isso que 30 dias depois da cirurgia de transplante o cabelo cai. Afinal, ocorreu um trauma e as células que produzem os novos fios se protegem e, até formar essa vascularização nova, essas células reduzem seu metabolismo celular. 

Depois que tudo isso volta ao normal, a célula volta a produzir um novo fio de cabelo, o que acontece mais ou menos 90 dias depois da cirurgia. 

Cuidados na cirurgia 

Além disso, há várias condições que nós temos que considerar em todo esse processo:

  1. Tamanho da incisão: grandes incisões necessitam de um tempo maior para sua completa cicatrização. Por isso, se foram grandes incisões, a cicatrização vai demorar mais. 
  2. Quantidade de adrenalina injetada no couro cabeludo: essa medicação é usada para fazer vasoconstrição. Quando colocada em demasia, dependendo do tipo de sangramento do ato cirúrgico, pode comprometer a pega.
  3. Tempo que o fio fica fora do corpo: se recomenda o máximo de 6 horas entre a retirada e a colocação do fio para que se tenha uma pega ideal. Por isso, no processo da cirurgia, há uma cronologia a se respeitar, ou seja, os primeiros fios removidos devem ser os primeiros a serem transplantados. E nesse sentido, cirurgiões mais habilidosos vão acabar tendo um resultado melhor nas megassessões, enquanto os iniciantes devem fazer cirurgias menores. Porque não adianta você querer transplantar 5.000 unidades se, ao final, você não tem a pega das 5.000, só danificou a área doadora e não teve sucesso na cirurgia. 
  4. Manipulação dos enxertos (raízes): quando começou a técnica do FUE, usava-se pinça para segurar os fios e era necessário pegá-los pela parte de baixo, pela raiz. Assim, a pega era muito menor. Depois surgiram os implantadores, nos quais as raizes são alocadas e não se tem mais contato com elas, o que aumento muito a pega do FUE. Na Clínica Muricy nós começamos diretamente com os implantadores, nem passamos pela técnica da pinça. 
  5. Temperatura de preservação do enxerto: é preciso um cuidado com a solução e a temperatura na qual esse enxerto será preservado até que seja colocado na área calva. 

Ou seja, existem várias considerações técnicas que resultam numa pega ideal, que seria acima de 90%. 

Outro questionamento comum é se há rejeição no transplante capilar. Então clique aqui e saiba mais sobre essa questão.

O paciente e o pós-cirúrgico

Além disso, também é preciso considerar as condições do próprio paciente. 

Por exemplo, tabagismo faz vasoconstrição periférica e diminui a pega. Então, um paciente que fuma, tem que parar de fumar e continuar sem fumar por um tempo após o transplante.

O cigarro tem uma ação como a da adrenalina, ele faz vasoconstrição. Inclusive, dentro da literatura médica, há estudos que mostram que o cigarro pode fazer necrose de pele após uma cirurgia plástica. 

No caso do transplante de cabelo, as descrições de necrose pós-transplante são em pacientes fumantes. 

Então é importante ter uma vida saudável, se alimentar de forma equilibrada, tomar uma boa quantidade de água todos os dias, para que o couro cabeludo esteja bem irrigado, o que faz toda a diferença na pega.

E por fim, todos os cuidados de pós-operatório devem ser seguidos, porque o uso dos medicamentos e loções que o cirurgião indica também contribuem para essa pega. 

Assim, em um cenário favorável, esta pega é acima de 90%, o que significa cabelos bonitos, com grandes volumes e uma boa cobertura da área calva.



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